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15 de mar. de 2010

SAUDADE, NOS MODOS LITERÁRIOS.

Que atire a primeira pedra quem nunca se sentiu assim.

SAUDADE, NOS MODOS LITERÁRIOS.


 Saudade bagunça a vida sem tirar nada do lugar.
Ela caçoa, manhosa, daquele que ansia o ausente. Ri da angústia do tempo, zomba da rotina insossa.
Saudade é o ímpeto desvairado do inconcebível, a fome que não deixa dormir, é o frio que dói. Deleite da solidão.
É a vigília do insone, que vê a lua dar vazão ao sol sem as horas perceber.

Não se haverá jamais de separar a saudade da espera.
Existirá sempre o seu calendário arbitrário a ditar graças do que já não se vê, a roubar os espasmos de vida que já não se sente.
Maldita a saudade que ao coração faz esperar. Não é possível a felicidade à quem descrê do valor do agora enquanto o tic tac do relógio anuncia o bálsamo do reencontro.

Saudade. Conseguirá a definição contemplá-la sem brindar a plenitude do inesquecível?

3 de mar. de 2010

Meu lado Anti-herói

Nem Jesus Cristo agradou todo mundo.  Por que haveremos, eu e você, de agradar? Respeite-se, anti-herói.

MEU LADO ANTI-HERÓI

É do respeito que eu me refiro.
Respeitar é ter a convicção acima da quebra de expectativas.
É encartar-se com o natural que, certamente, é imperfeito.
Quem respeita, pratica a aceitação. Aceita que pessoas são incríveis por não serem exatamente o que se gostaria que fossem.

Eu, ainda bem, não sou exatamente tudo aquilo que você quer de mim. E eu me respeito.
Eu aguento o meu mau humor, da ansiedade às explosões de raiva.
Eu perdôo as minhas palavras não intencionadas, os impulsos enfurecidos, os atrasos.
Aceito os kilos a mais.
Convivo comigo a muito mais tempo que você e ainda me suporto.

Não peço que me ame, mas me respeite. Eu me respeito.

Se você não for capaz de me acatar nos dilemas, certamente não está pronto para mais de mim.