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8 de set. de 2008

NADA DE TI

A maior prova de que nenhuma regra funciona com o amor. Contradizendo tudo o que prometi a mim mesma, aqui está meu mais novo poema.

NADA DE TI

Eu não peço nada de ti.
Nenhuma palavra, nenhum suspiro, nenhuma lágrima.
Não quero juras eternas, nem certezas sensatas.
Eu gosto da nossa história assim: indefinida.
É o “não sei” que nos torna tão cúmplices.
A dissonância de idéias, a falta de padrão, a provocação sutil.
A gente acontece nas entrelinhas.
Nosso equilíbrio está na sutileza, no duelo de egos, na guerra.
No acaso.
É o acaso que nos une, que nos atira um nos braços do outro traindo nosso plano de “nuncas”. Ah, o destino.
Não saberia dizer quem é mais teimoso, ele ou você.
É por isso que eu desisto.
Que me entrego como se fosse a primeira vez.
Eu me rendo como se eu não soubesse que tudo sempre acaba em lágrimas, simplesmente porque a graça da vida está em esperar por você.
Amanhã, quem sabe, nós dois.
Hoje? Hoje eu não peço nada de ti.
Já tenho o que nenhum adeus pode me tirar: a esperança.