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22 de dez. de 2008

INVENTÁRIO

Balanço de final de ano e uma única conclusão: meus atos podem mudar o mundo de alguém. E o meu, principalmente.

INVENTÁRIO

Antes que eu me despeça deste mundo, preciso dizer que a graça da vida está mesmo em compartilhar.
Os anos me trouxeram algumas conclusões a respeito de nossa existência como homens, mas a maior delas é de que não somos nada sozinhos. Gostoso mesmo é dividir.
Nenhum bombom é tão doce se não for partilhado com aquela pessoa especial.
Nenhum segredo é tão segredo se não for contado para alguém.
Nenhuma história é inesquecível se você não tem com quem lembrá-la por anos e anos e anos.
Dividir soma. Essa é a matemática da vida.
Um pouco de mim mais um pouco de você pra fazer um muito de nós.
Isto nos torna eternos, e esta é a verdade mais divina.
Divida-se.
Você só é imortal se viver na memória de alguém.

10 de dez. de 2008

MEU NOVO MUNDO

A claridade machuca os olhos quando invade o quarto após a noite escura, mas é sinal de que o dia começa a raiar. Coragem! Abra a janela para o seu novo mundo.
Esta poesia despretenciosa surgiu quando duas almas de poeta decidiram se unir para acabar um texto sem final. Xamba, tuas palavras são tão bonitas quanto teu coração. Parabéns e obrigada pela oportunidade.



MEU NOVO MUNDO
Rafael Moser feat. Camila Fiamoncini

Hoje estou em paz comigo mesmo
Não me sentia assim já faz um bom tempo
Deixei guardado as boas lembranças
E as fotos dos melhores momentos
Não! Eu jamais quis que fosse assim
Mas se o tempo quer assim,
Que nos soprem bons ventos...

Que leve embora meu rancor
Que mantive guardado sempre em silêncio
Que embaralhe as letras sujas de ódio
Que misture todos meus ruins sentimentos

Quero tudo isso longe de mim agora!
E quando eu digo agora, é nesse exato momento.
Abro a janela para o futuro
E deixo entrar um novo tempo.

Hoje chove em minha alma de deserto
E há mais vida em mim do que vivi ate então.
Pulso a verdade de uma manhã de inverno
Mas não é mais frio meu coração.

Ah, se eu soubesse meu destino até aqui
Teria eu agido diferente?
Ficou fácil sorrir para o meu novo mundo
Quando apaguei o que é ruim da mente.

Que me reserve esta história mais sorrisos
E que meus dias se iluminem de tal glória
Se há tanto o que viver e vale a pena
Que eu carregue só luz na minha memória.

26 de nov. de 2008

A PROIBIDA

Errar é humano, deleitar-se com isso, pecado. Vida longa às boas almas, chegou a minha hora de rezar.

A PROIBIDA

Não, eu não sou santa. Eu não sirvo pra isso.
O meu sangue é tão doce e meu riso tão azul que o pecado se esconde ali, atrás dos meus olhos, onde ninguém percebe.
Eu gosto é do avesso das coisas; do insensato e do proibido. O errado me atrai com um poder quase que irresistível, e quando eu percebo, eu já fiz. Eu pequei denovo. E ah, eu gostei.
É o não. O "não" me enlouquece, me tira a razão e me provoca sem que eu consiga resistir. É sempre assim, eu só quero o que eu não posso. E quando eu tenho, eu quero mais.
Minha natureza é selvagem. Quanto mais regras, menos culpas. Eu nasci assim, sem limites. É só quando tudo acaba pros outros que começa pra mim.

30 de out. de 2008

VERDADES PÓSTUMAS

Para todos aqueles que já trancaram a porta do passado.

VERDADES PÓSTUMAS

Hoje quando acordei
eu pensei na nossa história
e prometi pra mim mesma
Te apagar da memória.

E desculpe a sinceridade
mas já nao posso calar
Se quer saber a verdade
nem consegui te amar.

Guarde bem o que digo
algo de grande importância:
amor é coisa de adulto
e você tá ainda na infância.

E agora, sozinha de novo
só quero te agradecer
Por ter me mostrado o tipo
de homem que não quero ter.

13 de out. de 2008

LÍTIO

O lítio (grego lithos, pedra ) é um elemento químico de símbolo Li, número atómico 3. É um elemento sólido porém leve, sendo empregado especialmente no tratamento de depressão e transtorno bipolar.

LÍTIO

Eu quero que meu sangue coagule em palavras. Que as lágrimas se sequem, que a voz desapareça. Apaga essa luz e me deixa sozinha, ninguém mais pode entender. Rasguem os jornais e queimem os calendários, não me importa se amanhã vai ter sol. Eu só quero ficar assim, atirada ao acaso, encolhida nas sombras de meus pensamentos. É lua nova aqui dentro. Deixa o café esfriar, fecha a janela, eu tomo banho mais tarde.
Onde está o sentido das horas? Eu nem sei que dia é. A vida parece correr em preto e branco. Sem som, sem pressa, sem graça.
Desapareça com o amanhã, com os sonhos, com os médicos. É sempre a mesma doença, os mesmos remédios, os mesmos conselhos. É sempre lítio. Deixa pra depois. Tudo pra depois.
É tão fácil fingir um sorriso que eu posso continuar assim sem que o mundo perceba.
É só dizer: “tudo bem, tá sempre tudo bem”.

8 de set. de 2008

NADA DE TI

A maior prova de que nenhuma regra funciona com o amor. Contradizendo tudo o que prometi a mim mesma, aqui está meu mais novo poema.

NADA DE TI

Eu não peço nada de ti.
Nenhuma palavra, nenhum suspiro, nenhuma lágrima.
Não quero juras eternas, nem certezas sensatas.
Eu gosto da nossa história assim: indefinida.
É o “não sei” que nos torna tão cúmplices.
A dissonância de idéias, a falta de padrão, a provocação sutil.
A gente acontece nas entrelinhas.
Nosso equilíbrio está na sutileza, no duelo de egos, na guerra.
No acaso.
É o acaso que nos une, que nos atira um nos braços do outro traindo nosso plano de “nuncas”. Ah, o destino.
Não saberia dizer quem é mais teimoso, ele ou você.
É por isso que eu desisto.
Que me entrego como se fosse a primeira vez.
Eu me rendo como se eu não soubesse que tudo sempre acaba em lágrimas, simplesmente porque a graça da vida está em esperar por você.
Amanhã, quem sabe, nós dois.
Hoje? Hoje eu não peço nada de ti.
Já tenho o que nenhum adeus pode me tirar: a esperança.

16 de jul. de 2008

CARTA-CONSCIÊNCIA

. Esta é uma carta de ódio.
Ódio ao tempo que não passa, aos planos que definham e ao meu maldito super-ego que está a cuspir a frustração na minha cara. 16/07/2008


CARTA-CONSCIÊNCIA

Eu acordei me odiando. Não há maquiagem nem roupa que me esconda de mim.
Posso levantar a cabeça, abrir um sorriso e me convencer de que o problema está sempre com os outros. Posso também, inclusive, encontrar mais de mil motivos para justificar cada um dos meus atos. Mas não.
Nem sempre o caminho mais fácil é o trajeto mais certo.
A hora é agora, doa a quem doer. Diga-se, dói pra mim também.
É preciso vencer esse medo e me encarar no espelho. É preciso sentir-se assim, fraco, covarde, pequeno. Errado e errante. Há muito o que aprender.

A verdade é que eu preferiria morrer a suportar minha consciência.
É, mais difícil que perdoar, é perdoar-se.
Hoje, só por hoje, vou deixar a auto-piedade para lá. Vou me odiar, até o limite.
Amanhã eu recomeço, diferente.
Cair é mesmo o melhor pretexto pra levantar.

14 de jul. de 2008

ESPERA

Haverá o dia em que, ao ler este texto, olharei para o lado e direi: obrigada, ele existe sim.

ESPERA

Eu mereço alguém no meu caminho.
ALguém que me faça perder o ar, que me tire os pés do chão, que nunca me deixe esquecer que eu continuo uma criança. Passe o tempo que passar.
Alguém para andar descalça na grama e contar estrelas. Para fazer planos e escrever poesias. Alguém que me motive a ser a melhor pessoa do mundo, por quem eu queira viver todos os dias e doar todos os meus segundos.

Eu quero alguém sem o qual eu passe mal.
Uma paixão tão intensa que eu lamente sua ausência como quem chora a morte. E que eu agradeça sua existência como quem celebra a própria vida.

Que minha alma o reconheça sem que seja preciso olhar. E que meu corpo enlouqueça sem que ele precise me tocar.
Ele por quem aprenderei a gostar de futebol. De frutos do mar. De números.
Ele pra quem testarei mil receitas, cobrirei de madrugada e acordarei sorrindo mesmo estando na TPM.
Ele com quem poderei falar por horas e horas e horas,
mas que o silêncio dispensará qualquer palavra.

Eu mereço um amor assim.
E minha intuição me diz que ele existe.
Resta saber, amarga paciência, quando o acaso do destino o trará para mim.

25 de jun. de 2008

ELE

Desenhei meu bem querer com palavras.

ELE

Ele.
Ele que tem gosto de chiclete de tutti-fruti,
que me colore de poesia e cheira a grama molhada.
Ele que me ilumina de sonhos, que tem o humor mais difícil que olhar pro sol sem piscar, que me deixa mais livre que ventania em manhã de inverno.
Ele.

Aquele menino que tem as mãos de algodão doce e um sorriso que me faz lembrar almoço de domingo. Que eu não canso de abraçar. Que eu não paro de pensar. Ele que me devora de fúria por não ser nada do que eu sonhei, mas ao mesmo tempo tudo o que eu queria.

Complicado como entender logarítmo, mas de uma simplicidade tamanha o arco-íris; ele cria uma coleção de borboletas em meu estômago.
Ele, de nome e paciência curta, mas amizades longas como o amanhã.
De olho verde e idéias maduras como pêra doce que desmancha na boca.
Ele. Só ele.
E agora eu, só dele.

28 de abr. de 2008

DILEMA

A difícil tarefa de abandonar o que poderia ser amor.
28/04/2008


DILEMA

Afaste seus pensamentos de mim
Sua inconstância me faz tão mal.
Tudo precisa ser sempre assim
Um nó na garganta e mais um final.

Sonhei demais, e agora?
O amor que fique pra depois.
Foi você quem jogou fora
A chance de sermos nós dois.

Será que não dá pra viver
Sem ter tanto o que pensar?
Demorou pra eu perceber
Que tu adora complicar.

Chega de idéias separadas
Não me diga onde errei
Se pra você pouco importa
Dizer que me apaixonei.

São tantas as suas histórias
Que me cansei do poema
Prefiro você na memória
Que viver mais um dilema.

18 de fev. de 2008

O DIA DA ALEGRIA

Rimas para quem gosta de rima.
Depois de dias sem me olhar no espelho, acordei e escrevi isso aí.
Esta poesia ganhou ouro no Recital de Poesias do Colégio Santo Antônio / 2000.
(17/01/2000)



O DIA DA ALEGRIA

Nas incertezas deste labirinto, a vida,
Nós pensamos que o melhor um dia há de vir,
Que o presente vira sempre passado,
Que as alegrias irão sempre partir.

Mas agora, olhe à sua volta, ao seu redor:
Ao ficar esperando este tão distante dia
Quantas pessoas evitam a fonte do amor.
Preferem o desânimo à mestra alegria.

Viva este minuto como se fosse o último,
Lembre das pessoas as quais você ama,
Busque a felicidade nas mais íntimas lembranças;
É somente isto que o seu coração tanto clama.

Não acorrente seus sonhos mais impossíveis,
nada é mais precioso que a liberdade.
Imagine o que há de mais infame e profano,
Grite seu maior segredo pra toda cidade.

Faça amor com velhos, loucos e crianças
Cace sua presa como um animal faminto
Mergulhe num lago que achou no deserto
Encontre este prazer que em você está extinto.

Seja um santo a pregar sua doente crença
Ou uma prostituta a realizar sua fantasia,
Viva um bandido que acabou de ser solto,
Descubra que em tudo ainda existe magia.

Ah amigo, as palavras agora se calam em mim.
Sabes que fui autora do mais baixo dos crimes,
Que fui ré do mais temido dos julgamentos
pois esquartejei de mim sentimentos sublimes.

Quebrei tabus e estipulei minhas próprias regras
e sofri por tentar aproximar a glória do MEU dia.
Chorei, e como chorei por encontrar o fracasso
E este foi a luz que pra todos é desculpa, é mania.

Rasguei as mágoas, sequei as lágrimas, amei a vida
Como jamais havia amado até então
E só então eu descobri que a alegria
É fruto da sonhada paz do coração.

13 de fev. de 2008

ASSASSINO DE ALMA

O dia que meu corpo transpirou idéias pra não enlouquecer.
(27/07/2007)


ASSASSINO DE ALMA

Deixa-me sem ar, sufoca meu suspiro, rouba-me de mim.
Você e minha fé, meu veneno mais mortal.
Um querer que faz meus sentimentos caírem pelo chão
como roupas ao lado de uma cama que arde.
É inconseqüente, imaturo, imoral.
Não exige, consome.
Seduz meus poros, embebeda meus sentidos de angústia.
Mata-me.
Assassino de alma.
Atrás dos olhos, ali é teu lugar.
Onde não vejo, sinto.
Onde não vivo, lembro.

IDÉIAS FUGIDAS

Idéias fugidas é um texto feito assim, sob pressão, de redatora para redatores. Publicado na coluna “Mostra Literária” do site Tudocom, uma coletânea de textos escritos por redatores em seus poucos horários de ócio criativo. Veja mais em: www.tudocom.com.br/mostra_literaria


IDÉIAS FUGIDAS

Escrever.
Preciso escrever.
Tic, tac. Estou sem idéias.
Música lenta, música rápida,
Palavras difíceis, versinhos sem data.
Falar sobre o quê? Sobre, hum...
Vai pensamento, puxa a caneta!

Tic tac... mais meia hora.
Escrever para quem escreve é difícil!
Copo de água, copo de vida,
Lista de palavras, poemas de Cecília.
E eu, redatora de mim,
Já não sei escrever mais poesia.

Pelo menos me resta sorrir
E rir dos minutos contados
Que apesar das palavras erradas
– e as idéias fugidas –
Poema, ah se criei um poema!
Pensamentos em texto refiz.

O LADO CONTRÁRIO DA FÉ

O registro mais sublime de um momento “tudo posso” nos moldes de um soneto.
(13/11/2006)


O LADO CONTRÁRIO DA FÉ

Já não há nem um não nesta história
um porque ou um certo e errado.
Me despeço do limbo e da glória
pra fazer o que for de pecado.

Ser avesso ao avesso do mundo
E viver tudo em intensidade.
Quero azar, quero troco, o profundo,
Posso ir contra toda a verdade.

E no bem posso ser sua vilã
Se no mal for a insanidade
De meu corpo faço um talismã

Eu me entrego a esta disparidade
do agora ou depois, do contido
A deixar-me viver de vontade.

O Parque

O jeito mais simples de dizer como sou.


O PARQUE

Amo a liberdade, sou livre por vocação.

Me entrego às sensações, sou da cor, do sabor, do movimento.
Vivo intensamente porque sou simples, gosto do que é natural.
Acredito em Deus, rezo e tenho fé.

Acho que não sei ser gente grande, por isso adoro um faz de conta.
Gosto de provar do mundo e provar ao mundo.
Sou assim, diferentemente normal.

Tenho um jeito só meu; maluquinho, como dizem.
Se quero beijar, beijo, se quero sair, saio.
Não minto para meu coração e por isso odeio padrões e regras.
Quero a vida como eu quero e dela sou atriz principal.
Isso assusta as pessoas que não entendem que meu mundo cabe num segundo.
É explosivo, apaixonante, efêmero.

Um parque de diversões gigante, que cabe em 1,61m.

12 de fev. de 2008

ISPIRE-ME.



Eu sou do mundo.
Sou tudo, nada e ninguém.
Sou vento, suor e poesia, tudo o que vem e já se foi, evaporando no espaço da ânsia.
Estou em todos os lugares mas só existo pra quem sente.

Então sinta e me descubra.
Feche os olhos e inspire bem fundo. Aquele segundo que preenche o universo, esta sou eu.

Muito prazer, Camila.