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12 de ago. de 2015

Are you there?

Quantas realidades paralelas existem entre o que se fez da sua vida e da minha?
Quantos pensamentos soltos ainda correm até aqui pra me buscar, pra saber se eu continuo a mesma, pra tentar entender onde ainda cabe um pedacinho de você em mim.

Eu sei, eu sei. Você também vive tentando se convencer de que já passou da hora de me deixar pra lá. Lá atrás, lá no passado, lá longe; mais longe do que estamos, do que somos, do que queremos.
Até quando a gente vai viver assim, entorpecidos pela rotina e a amarga espera pelo destino, eu não sei. Tem dias que chega a ser angustiante saber que o tempo passa e eu continuo ali contigo do mesmo jeito que tu também estás aqui, escondido entre tantas outras coisas que se empilham na minha casa, no meu corpo, na minha vida.  Às vezes eu queria que você fosse embora.

Queria poder olhar pra frente sem esperar te encontrar na próxima esquina da vida. Tem tanta gente pra conhecer, vida pra viver, amor pra amar. E gente continua aqui, presos a nós mesmos.

Por este tempo todo, eu sempre me bastei em ser a tua lembrança mais bonita, como tu mesmo gostas de me dizer.
Mas por um segundo, um segundo apenas, eu queria nem conseguir me lembrar de você.
É tão pesado caminhar com tantas lembranças de nós dois.