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16 de jul. de 2008

CARTA-CONSCIÊNCIA

. Esta é uma carta de ódio.
Ódio ao tempo que não passa, aos planos que definham e ao meu maldito super-ego que está a cuspir a frustração na minha cara. 16/07/2008


CARTA-CONSCIÊNCIA

Eu acordei me odiando. Não há maquiagem nem roupa que me esconda de mim.
Posso levantar a cabeça, abrir um sorriso e me convencer de que o problema está sempre com os outros. Posso também, inclusive, encontrar mais de mil motivos para justificar cada um dos meus atos. Mas não.
Nem sempre o caminho mais fácil é o trajeto mais certo.
A hora é agora, doa a quem doer. Diga-se, dói pra mim também.
É preciso vencer esse medo e me encarar no espelho. É preciso sentir-se assim, fraco, covarde, pequeno. Errado e errante. Há muito o que aprender.

A verdade é que eu preferiria morrer a suportar minha consciência.
É, mais difícil que perdoar, é perdoar-se.
Hoje, só por hoje, vou deixar a auto-piedade para lá. Vou me odiar, até o limite.
Amanhã eu recomeço, diferente.
Cair é mesmo o melhor pretexto pra levantar.

14 de jul. de 2008

ESPERA

Haverá o dia em que, ao ler este texto, olharei para o lado e direi: obrigada, ele existe sim.

ESPERA

Eu mereço alguém no meu caminho.
ALguém que me faça perder o ar, que me tire os pés do chão, que nunca me deixe esquecer que eu continuo uma criança. Passe o tempo que passar.
Alguém para andar descalça na grama e contar estrelas. Para fazer planos e escrever poesias. Alguém que me motive a ser a melhor pessoa do mundo, por quem eu queira viver todos os dias e doar todos os meus segundos.

Eu quero alguém sem o qual eu passe mal.
Uma paixão tão intensa que eu lamente sua ausência como quem chora a morte. E que eu agradeça sua existência como quem celebra a própria vida.

Que minha alma o reconheça sem que seja preciso olhar. E que meu corpo enlouqueça sem que ele precise me tocar.
Ele por quem aprenderei a gostar de futebol. De frutos do mar. De números.
Ele pra quem testarei mil receitas, cobrirei de madrugada e acordarei sorrindo mesmo estando na TPM.
Ele com quem poderei falar por horas e horas e horas,
mas que o silêncio dispensará qualquer palavra.

Eu mereço um amor assim.
E minha intuição me diz que ele existe.
Resta saber, amarga paciência, quando o acaso do destino o trará para mim.