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15 de mar. de 2010

SAUDADE, NOS MODOS LITERÁRIOS.

Que atire a primeira pedra quem nunca se sentiu assim.

SAUDADE, NOS MODOS LITERÁRIOS.


 Saudade bagunça a vida sem tirar nada do lugar.
Ela caçoa, manhosa, daquele que ansia o ausente. Ri da angústia do tempo, zomba da rotina insossa.
Saudade é o ímpeto desvairado do inconcebível, a fome que não deixa dormir, é o frio que dói. Deleite da solidão.
É a vigília do insone, que vê a lua dar vazão ao sol sem as horas perceber.

Não se haverá jamais de separar a saudade da espera.
Existirá sempre o seu calendário arbitrário a ditar graças do que já não se vê, a roubar os espasmos de vida que já não se sente.
Maldita a saudade que ao coração faz esperar. Não é possível a felicidade à quem descrê do valor do agora enquanto o tic tac do relógio anuncia o bálsamo do reencontro.

Saudade. Conseguirá a definição contemplá-la sem brindar a plenitude do inesquecível?

4 comentários:

Anônimo disse...

Super inspiração, Cami!
Grandes textos...
ADORO!
Geisa

Gabriele Tschá disse...

Cami...

Acho q vc anda lendo muitos livros cult
ou a tua saudade eh maior do q a jah experimentada por qualquer ser humano...

pq, eita linguagem poética arcaica, hein... parece ateh saída de uma peça de shakespeare.

enfim, agora soh te resta a espera pra cura dessa saudade.

bj,
Gabi.

lugui disse...

Nada mais:
:P

- Por favor... Cativa-me! Disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? Perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito... São precisos rituais.
- Que é um ritual? Perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. (...)
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ai! – Exclamou a raposa – Ai que me vou pôr a chorar...
- A culpa é tua, disse o principezinho. Eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Pois quis.
- Mas agora vais-te pôr a chorar!
- Pois vou
- Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! Disse a raposa. Por causa da cor do trigo… Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo. Quando vieres ter comigo, dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo. (...)
- Adeus...
- Adeus, disse a raposa. Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
O essencial é invisível para os olhos – repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.

Cami Fiamoncini disse...

Lugui, tu me deixou sem palavra.
Não poderia esperar outra coisa de ti.
:*

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