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28 de abr. de 2009

É SOLIDÃO, EU CONFESSO.

Não, eu não o amo mais. Eu só sinto falta de ter alguém especial colorindo os meus dias. Amor passado é amor curado. Eu só peço a Deus que Ele preencha meu coração antes que eu me torne amarga demais para amar outra vez.

É SOLIDÃO, EU CONFESSO.

Já faz tanto tempo que você se foi, ficou tudo tão diferente por aqui. Não há um dia sequer que eu me acostume com a sua ausência e é por isso que todas as noites eu rezo para que Deus coloque logo alguém em seu lugar. Não sei andar sozinha, meu bem. Não há alegria em colocar um prato só na mesa; em usar aquele vestido que você tanto gostava para um desconhecido. A minha cama só parece mais vazia sem você aqui.

Eu não minto quando digo que agora até a alegria é superficial. Não sei mais ser eu depois de tanto tempo sendo nós. Mudei passatempo, roupas, amigos, gostos musicais e ainda não sei quem sou. Hoje eu sou livre para fazer o que eu quiser, então por que eu só lembro o quanto era bom passar o domingo fazendo nada com você? Entrar em qualquer festa sem ter a tua mão para segurar me dá medo. Conhecer pessoas diferentes é tão assustador quando só tu gostava de mim exatamente como eu sou.

Eu tenho medo de ser sozinha. É por isso que eu rezo. Eu rezo para entender a solidão e transformá-la em amor-próprio. Eu rezo para que Deus preencha meu coração antes que eu me torne amarga demais para amar outra vez.







Me deixa gritar:
"Alma Gêmea, onde quer que você esteja, está na hora de voltar."

8 de abr. de 2009

LÁGRIMA DE BOEMIA


Pensamento de penumbra refletido num copo. Se a arte prega que não se pode separar a boemia da dor, hoje a cerveja falou por mim.

LÁGRIMA DE BOEMIA

Eu não quero nem pensar no que escrevo.
Só quero deixar a loucura me guiar entre as palavras, enquanto choro as desgraças que finjo nem perceber. Deixo o álcool apagar a razão, a cerveja que fale por mim. Eu me sinto bem assim, como se meus problemas se esvaissem junto com as lágrimas que molham o teclado. Eu nem consigo mais esconder, meus olhos me entregam mesmo quando meu corpo se cala. Essa dor sem sentido se faz acorde, brigando com todas as notas para ser ouvida até no silêncio. Vazio dá eco.
Ninguém percebe? Não se vêem nas olheiras as noites perdidas em pensamentos sem conclusão? Não é possível ser sóbrio em um mundo que me entorpece os anseios.
Me deixe beber minha mágoa. Encha meu copo, encha mais. Agora eu me sinto tão bem que até posso sorrir. Deixa a ressaca pra quando a realidade chegar.

1 de abr. de 2009

CALENDÁRIO DE VIDA

Meu maior fantasma também cabe em palavras. Por que tanto me dói aprender a aceitar o tempo?

CALENDÁRIO DE VIDA

Paciência.
O destino me pede paciência e eu nunca soube esperar.
Não existe tempo a perder quando se pode viver o agora.
Eu tenho pressa. Pressa de vida, pressa da vida.
Se para tudo existe um hora certa, meu relógio parece sempre parar.
Amanhã é muito longe quando o hoje já não satisfaz. Eu quero mais desse mundo.
Eu planejo um amanhã que não chega.
E o destino me pede paciência.
Quantos cafés hão de entrar e por lágrimas sair até a calma me abraçar?
Eu me sinto tão só quando espero.
O meu vazio se preenche na insanidade das horas,
no muito ver e nada enxergar, tanto ouvir e nada escutar.
A espera me extasia do que eu me alimento: a vida.
Viver está em aceitar o calendário arbitrário dos acontecimentos?
Eu não sei. Tampouco sei da paciência, quem dirá saber de destino.
Desse, só o maldito tempo entende.
Enquanto isso, eu vivo. Eu sobrevivo.