Esta é uma carta de ódio. Ódio ao tempo que não passa, aos planos que definham e ao meu maldito super-ego que está a cuspir a frustração na minha cara.
CARTA-CONSCIÊNCIA
Eu acordei me odiando. Não há maquiagem nem roupa que me esconda de mim.
Posso levantar a cabeça, abrir um sorriso e me convencer de que o problema está sempre com os outros. Posso também, inclusive, encontrar mais de mil motivos para justificar cada um dos meus atos. Mas não.
Nem sempre o caminho mais fácil é o trajeto mais certo.
A hora é agora, doa a quem doer. Diga-se, dói pra mim também.
É preciso vencer esse medo e me encarar no espelho. É preciso sentir-se assim, fraco, covarde, pequeno. Errado e errante. Há muito o que aprender.
A verdade é que eu preferiria morrer a suportar minha consciência.
É, mais difícil que perdoar, é perdoar-se.
Hoje, só por hoje, vou deixar a auto-piedade para lá. Vou me odiar, até o limite.
Amanhã eu recomeço, diferente.
Cair é mesmo o melhor pretexto pra levantar.
30 de jun. de 2011
CARTA CONSCIÊNCIA
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Cami Fiamoncini
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20 de jun. de 2011
ROTEIRO FALIDO
Inspirado no término de namoro de um casal de amigos - que até eu julgava ser pra sempre.
No amor, a história é sempre a mesma. Só mudam os atores.
Quando vejo casais que juravam amor eterno abandonarem o "pra sempre", quando vejo que as lágrimas correm iguais por rostos diferentes, quando percebo que o amor sempre traz sua cota de dor - aqui, sentada da minha confortável poltrona dos não amantes - eu me convenço:
Se apaixonar é um péssimo negócio.
http://www.youtube.com/watch?v=4L9-AvjsB6g
No amor, a história é sempre a mesma. Só mudam os atores.
Quando vejo casais que juravam amor eterno abandonarem o "pra sempre", quando vejo que as lágrimas correm iguais por rostos diferentes, quando percebo que o amor sempre traz sua cota de dor - aqui, sentada da minha confortável poltrona dos não amantes - eu me convenço:
Se apaixonar é um péssimo negócio.
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14 de jun. de 2011
EU, ENIGMA.
EU, ENIGMA
Não me pergunte quem sou. É complexo demais. Pergunte-me como estou. Eu sempre mudo.
Tenho a alma livre como o vento e a ânsia de nunca me saciar.A sina de sentir o vazio se não me preencher de extremos. A vida toda dada aos excessos, às paixões avassaladoras, aos sentimentos exagerados, aos dilemas mais profundos, ao barulho.
Tão sem meios termos, eu. E como o limite do limite é o avesso, há dias que me abraço ao silêncio. Um descaso que se debruça sobre tudo o que me conecta com o lado de fora e me mantém apenas presa a mim mesma. Tranquilidade mascarada de inércia. Ou vice-versa, ainda não sei. Tudo passa em câmera lenta: as lembranças, as pessoas e as minhas opiniões - sempre tão formadas acerca de tudo - começam a me questionar. E eu me calo.
Como um vulcão que decora o cume da montanha, por fora sou neve eterna. Por dentro, emoções borbulham verdades inconvenientes que querem encontrar minha boca, ávidas para sair. E então? Devastação.
Quem beija uma face é a mesma que esbofeteia a outra.
Para mim, é difícil viver - e conviver - com duas mulheres dentro de mim.
Pra você, é fácil. Só depende de qual face você decide ofertar.
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Cami Fiamoncini
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